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terça-feira, 23 de dezembro de 2014

ah john robert cocker

Ah John Robert Cocker

os teus pulmões
não suportaram
a barra
de tantos anos de cigarro,
big joe

por tua grande alma
chora a lama de woodstock
e dobram os sinos crawford

o blues da tua alma
abraça o universo
pedindo socorro
pela triste terra

hasta la vista
joe cocker

cante agora
para os anjos
quem sabe Deus
se espante
com a pedreira de tua
voz

nós
os pobres mortais
contaremos sempre
com a
with  a little help from my friend,
joe


quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

alma

Alma

minha alma
lírica
não sabe
onde fica

uma hora
quer mar
outra
quer sertão

...mas só
se banha de estrelas

sábado, 15 de novembro de 2014

quem me salvou foi a poesia



Quem me salvou foi a poesia

quem me salvou
foi a poesia

  dos dias de febre
das noites vazias
das manhãs sem sol

quem me salvou
foi o poema
        do beco sem saída
e
me jogou nu
na esquina da vida

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

saudade não tem idade

Saudade não tem idade 


Deus quando inventou o amor
também inventou a lembrança,
inventou a esperança
a alegria e a dor
_e inventou a saudade_.

porém acho que a maldade
foi o homem que inventou.

saudade,
saudade não tem idade,
dizia na minha cidade
um amigo locutor

hoje,
vivo da saudade
de um filho que Deus levou

levou para o paraiso
e o sal da sua saudade
a minha vida regou

saudade não é passado,
é a lembrança presente
daquilo que não passou






sexta-feira, 5 de setembro de 2014

árido

Árido

árido
       seco
de alma
atormentada

poesia
se foi

pegou seu alforge repleto de lua
se mandou para pasárgada

terça-feira, 22 de julho de 2014

por dentro da noite escura


Por dentro da noite escura

na minha noite escura
densa
céu negro sem estrelas
ou rasgo de lua

a minha noite
é triste
como os barcos ancorados
no porto
_sem destino_.

a minha noite escura
negra noite
povoa-me fantasmas
do não vivido

ah! o peso das palavras trôpegas
nos reles botecos da vida
dos poemas começados
 guardanapos de papel
 perdidos nas sarjetas frias

noite, triste noite sem ela
sem o sorriso de amazonas
sem a palavra certa
que me tirava das esperas

noite escura, triste
como o menino doente.
como a febre dos desesperados

noite escura
noite dos desamparados
dos mendigos
vagabundos de solidão

noite dura,fria.
noite apenas noite
sem esperança de sol.
na minha alma,
noite como chumbo
sina de abandono

...na minha alma abandonada,
noite




segunda-feira, 21 de julho de 2014

encanto



Encanto

apenas vejo
teu sorriso equatorial

tua pele
revela
todas as manhãs
do sol dos tucujus

por ti,mulher
de alvinegra alma
contaria nos dedos
os sambas da tua lida

sou assim,
apenas vejo
flor do meu desejo
o que a distância
me permite

entre nós
apenas águas
amazônicas
as estrêlas
a linha do tempo

mas teu sorriso de lua
faz um carnaval
na minha alma de menino triste

agora,
receba
com o calor do meu peito,
linda flor do amapá
a doçura
dos meus versos
...e um desejo de bom dia

segunda-feira, 14 de julho de 2014

crença



Crença

sou um homem
de coração noturno
soturno como as madrugadas
frias

repleto de silêncios

...por ti
canta
sinuoso
o rio da minha terra

o fumo
na minha boca
fumaça
rubrica
teu nome no ar

...lá fora
o dia me chama

crença



Crença

os pássaros

desatentos

recriam minha manhã

quinta-feira, 12 de junho de 2014

nunquinha



Nunquinha

nunquinha
saiu de mim
o calor das fogueiras
as algazarras
em sua volta

a alegria 
dos estalos dos traques
chuvinhas de estrelas

e o doce espanto dos Chorões

minhas noites de são joão!

como era bonita
a loja de fogos de seu severino!

as correrias
as guerras dos chorões

tempo bom.

foguetes
quadrilhas
o cheiro
o gosto do milho

tudo,tudo na tela da memória

até riso do meu pai

são joão



São João

a fogueira chora

meus olhos ardendo

meus olhos ardidos

queimando meu corpo

sexta-feira, 30 de maio de 2014

olhos





Olhos

o que me toca
não é o brilho
de todo ouro da terra


o que me toca
são teus olhos
como borboletas


palavras




Palavras

sou um homem
de tristuras e silêncios

minha vida
as palavras

as mais alegres
berrantes
promíscuas
as coloridas de azul
santas
prostitutas

minha vida
são as palavras

sou um homem de palavra

quarta-feira, 21 de maio de 2014

namoro






Namoro


namorava a lua

vestida de branco

no escuro céu

envolta em brilho

de esparsas estrelas

sábado, 17 de maio de 2014

imã




Imã

desejo
doi
e não é dor

paixão
é fogo
desejo

não amor

lume





Lume

estrela
etérea
te conheço
de outro espaço
outras eras

segunda-feira, 12 de maio de 2014

ofício



Ofício

escrevo
porque
respiro

respiro
pelas
palavras

o poema
um salto
no escuro

poeta
bicho
sem fututo

cantada




Cantada

por você
eu sou barroco

me derreto
em auroras

closed captions

Closed Captions

o sentimento
aflora
na ponta do pensamento


...nada
ou tudo percebes,maria

sexta-feira, 9 de maio de 2014

vestido




Vestido

vestia-se
de todas as cores

todos os dias
para ela

era apenas primavera









quinta-feira, 24 de abril de 2014

tuas mãos

Tuas Mãos

mergulhadas no barro
tua macia pele
baila no sol
sob a brisa sertaneja

distante
longínqua
e mesmo assim
faz da minha vida
um quando de leveza

sem o sabor
das tuas cores
sou precipício
e naufrãgo

Lilya Brik

Lilya Brik


vejo-te assim
com todas as cores
tua voz é música
para os pássaros
e tua beleza compete
com o mar
da minha terra
teu peito
é meu porto
porque
sabes tudo de mar
amiga das horas
tu
que tens o milagre
de fazer minhas
madrugadas amenas
teu nome
eu grito
com todas as mil palavras
do meu rude alfabeto:
és por tudo
meu outro absoluto

quarta-feira, 23 de abril de 2014

a trama da rede

A Trama da Rede

a rede
sonhos de embalar
juntinho do mar

a rede
a trama
do que se enreda
o enredo
do que vai
além do mar
dois corpos entrelaçados
 

cercas

Cercas

as cercas
não nos cercam
tanta terra tão boi
tão pouca gente

a cerca nos cerca.
o grito da fome
sabemos voar
sabemos lutar
 

sábado, 1 de março de 2014

meu engenho

Meu Engenho


meu engenho bangüê
Era o Fulô do Mundaú

ja fui senhor de engenho
construtor de rapaduras

o doce cheiro do mel
minha infancia perfumada

engenho do meu quintal
na sombra da goiabeira
foi construção do meu pai

...um tempo que ja passou
no reino não volta mais

carnaval



Carnaval

filho dás águas
nascido no dia da lua
era carnaval

enquanto todos sorriam
eu chorava

Cego Manuel

Cego Manuel

na cabeceira da ponte sobre o rio Mundaú
domingo
dia de feira

Cego Manuel

o canto triste
na pancada do ganzá:

__ eu não posso trabalhar.

anadia

Anadia

dos lugares da minha terra
eu nunca fui 'a Anadia

sempre me encantou
o nome Anadia

se tem um nome
repleto de manhãs
é Anadia

ela

Ela

a noite desabou
sobre a tarde

quem sabe
ela apareça
sem alarde

amora

Amora

fruto
do amor
amora
ora maçã

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

troca



Troca

difícil é trocar palavras
quando os olhares se abraçam

profissão





Profissão

em nada me encaixo
sou apenas
um pequeno poeta comovido